O Instituto Movi o Bem tem o objetivo de contribuir para a ressocialização de mulheres que estão privadas de liberdade ou que são egressas do sistema prisional.
Imagem de capa: Neli, formanda de 2023 que está no Instituto até hoje, ainda em regime semiaberto. Foto por: Mariana Ohara Keima.
Sediada em São Paulo, a iniciativa ganhadora da primeira edição do Prêmio FGV de Responsabilidade Social empenha-se na ressocialização de mulheres privadas de liberdade ou que são egressas do sistema prisional. Por meio da profissionalização em costura, o Instituto Movi o Bem espera ampliar possibilidades de emprego e renda dessas mulheres, tornando-as economicamente ativas. Mais de 500 mulheres já foram impactadas direta ou indiretamente pela iniciativa.
Os programas de profissionalização têm duração de 10 meses e, durante este período, as participantes recebem um salário de R$ 1.380,00. A seleção e a contratação das alunas são feitas pela Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” de Amparo ao Preso (FUNAP-SP). O programa busca desenvolver três eixos principais: profissionalização, formação e reeducação e recolocação no mercado de trabalho. Atualmente, o projeto conta com quatro núcleos produtivos, sendo três dentro de penitenciárias e um fora, para as mulheres que já conquistaram a liberdade.
O cenário do sistema prisional feminino é complexo e tem impactos que ultrapassam vidas individuais. Muitas das mulheres presas são mães, e seu encarceramento cria situações de vulnerabilidade que são aproveitadas pela criminalidade. “Quando a gente muda uma mulher dessas, a gente está mudando todo um ecossistema por trás, do aliciamento em massa dessas crianças”, disse a presidente e fundadora Roberta Negrini. Além do impacto na renda das mulheres, os programas desenvolvidos pelo instituto reduzem o ciclo de criminalidade (87% não voltam a cometer delitos), auxiliam no sustento das famílias e recuperam a autoestima e a confiança por meio do apoio psicossocial.
O Instituto Movi também se destaca por práticas sustentáveis na utilização da matéria-prima do trabalho de costura. Anualmente, são reutilizados no programa o equivalente a 75 toneladas de resíduos têxteis, provenientes de destaque industrial ou reutilização de peças. Um exemplo de compromisso ao mesmo tempo social e ambiental.
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